ALENTO
Orgulhoso, reclama o sol
Ser seu o lúmen dourado
No fio luzido, roubado
Que leva sustido o rouxinol...
Há de inspirar-te o canto, bem o sei...
Sei da flama que move o pincel
Os ardores d’um artista - Que sob cerúleo céu
Recorda apenas a turmalina azul, gema que também desejei!
E qual de vós, surdo à melodia
Da lira, na musa a dedilhar...
Se chama-lhe a voz primaveril - Busca outro olhar
Qual de vós tomaria a mão, roubada dos lírios a simetria?
Teu lampejo! Diz que foi ao beijo de Hera
Mas nega a flor púbere da primavera
Teu refúgio, a bonança...
Saberão, no entanto, da beleza do jardim
As opalas - Não as detém o cetim...
Velo a luz que fulgem, sonhando o fio sustido e o d’ouro da aliança!
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Observação
Tanto o termo "turmalina azul" e "opalas", se referem aos olhos da menina
André da Costa
Enviado por André da Costa em 11/05/2025
Alterado em 12/05/2025