O RISO E O BANDOLIM
Ave rosa primaveril!
Do princípio, da gênesis, da aurora!
Flama que arde no peito
E outrora...
O desejo no sonho febril!
Aos primeiros raios do sol – Os contornos!
Ao sopro de Éolo, sedutores acenos...
Louco! Vi ao longe braços morenos
E nas madeixas adejantes, adornos!
Deixai-me pousar a vista,
Minh’alma são ondas revoltas no cais...
Fulge! O azul da turmalina!
Candura, puridade – Cai o homem e declina
Aos pés da flor, uma das Virgens Vestais!
E corria a menina no jardim...
Pensei ser flor, uma lebre, uma fada!
O que pensavam Homero, Orfeu, quando da alvorada
Ouviam Teu riso, acorde mais belo d’um bandolim?
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Observação
1 - “Éolo” - Segundo a mitologia grega, era o guardião dos ventos
2 - “bandolim” - No texto nos remete ao alaúde, instrumento musical de cordas muito usado na era antiga
André da Costa
Enviado por André da Costa em 12/01/2025