O BEIJO
Cobriu o céu o manto escuro
Véu que silente o abraça!
Outrora inspiração e graça...
Eram das estrelas as ditas – Ou a culpa do impuro!
Hoje não virá a Estrela D’alva
Falar de ardores, eras distantes
Dos olhares ermos, Divas amantes,
Do cheiro da pele vencendo a malva!
Pela luz bruxuleante,
Da vela que tombava, via
Não sei se desperto ou na letargia,
O rosto que doravante...
... Há de ser o desejo!
E de quantas almas?
Augusto, em águas calmas
Cantava ao arroio o cortejo!
Como filha da madrugada
À janela – Imponente solar
Incauto! Houvesse desviado o olhar...
Vi o vulto de Helena ressuscitada!
Epopeias! Escritas do livro que não li
Que voz, de imortal beleza
Sussurra a jura e deixa a incerteza
E do alto, joga o beijo libertino e ri?
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Observação
O texto se refere a um viajor, e a menina na janela do solar (castelo)
André da Costa
Enviado por André da Costa em 06/01/2025
Alterado em 07/01/2025