A MENINA, A ROSA E AS LÁGRIMAS
Gota de orvalho, álgida, fria
Que sustida rosa sonhou em encantos
Quis sentir na pétala a emoção dos prantos
Há ternura numa lágrima, assim cria!
E por uma gota punha a alma inteira
A lembrar da menina, fausta afortunada
E rogando tal volúpia orvalhada
Ansiou pela lágrima primeira!
Tombava a haste em labor insano
Julgava por laurel o pranto humano
Diamantes que rolavam da face, a cintilar...
A rosa, por quem tantos choravam ao enlevo
Como diva de Roma de tempo longevo
Viu a menina e a lágrima, e quis também chorar!
André da Costa
Enviado por André da Costa em 02/12/2024
Alterado em 02/12/2024