CASTELOS
Eis a primavera!
O sol exulta!
Presunçosas flores... Não apenas a teus acenos o sol venera!
Sim, também a Ela!
Amorenada a tez
Cobrindo-lhe os ombros, as madeixas morenas!
Vinha em intensa correria,
Sorria-lhe a juventude!
Dançava ciranda junto às flores, açucenas
E rodopiando, admirava a infinitude do céu!
Pensava o sol, assim como as flores, serem os mais belos!
Mas ah, aqueles olhos...
O fulgor era maior!
E quantas e quantas vezes o arrebol...
Quantas primaveras? Já nem sei...
Não as contava o sol!
Numa casinha de madeira
A mesma de tantas auroras
Sentada à varanda, a mesma de outrora,
Ela! Olhar agora senil...
Foi feliz todas as horas
Todas as primaveras!
Nunca a perguntaram – Porque choras?
Acho que nunca chorou!
Lá vem o sol
Ainda exulta!
E seu olhar cansado, rememora
O júbilo das flores
A vaidade do sol...
Cabelos esbranquiçados
Como os montes Alpinos
Silente, como as montanhas...
Guardava o segredo
Para que as flores e o sol
Satisfizessem anelos, infantos mimos!
Fantasiando castelos
Pensavam eles - E para sempre pensarão
As flores e o sol
Serem os mais belos!
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O texto retrata a vida de uma menina, as flores, o sol, e o segredo que ela guardava... Segredo que eu sempre soube!
André da Costa
Enviado por André da Costa em 17/11/2024
Alterado em 18/11/2024