A LÁGRIMA E O DESEJO
Vês? Rutilas opalas que choram!
Teus olhos orvalhados...
Vertem, em soluços malvados
Mas riem-se de tuas facies que coram!
Ó lascívia do choro
Tredos teus ais!
Sirenas na beira do cais
Cantando num flerte em coro!
Tuas formas no linho, ao afresco, nas tintas...
Quem há de abrandar as almas famintas
Que viram nos olhos lágrima e desejo?
Seja pois, das horas, eterno o instante
Onde preso à teu olhar se debate o pedante
Rogando, fosses tu um Querubim,
A carícia na tez e o frescor do teu adejo!
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Observação
“pedante” – Está no sentido de "atrevido, pretencioso"
André da Costa
Enviado por André da Costa em 10/11/2024