Andre Costa
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CORTEJO
Culpava a pena, o poeta imperfeito!
Já não o rubi, a esmeralda, a turmalina
E mesmo os afrescos da Capela Sistina
Nenhum esplendor há de ser o eleito!

Mostra Orfeu, tuas partituras
Homero, recita tuas odes...
Há de haver dentre os sábios, luz à loucura de Herodes!
Ó Deusas! Tocai as cítaras e ensinai-me as juras!

Mas ah! Foge-me do peito o clamor imenso
Acovardado à visão do véu suspenso
Que cobria, por compaixão a Beatrizes e Helenas...

... Os olhos órfãos do augusto cortejo
Dos poetas, pintores, tenores cativos do desejo...
Não suspiravam assim pelas Mulheres de Atenas!

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Observação
1 - “pena” - No texto se refere ao tinteiro e a pena
2 - "Cobria" - No texto, a palavra se refere a cobrir os olhos da menina (os olhos órfãos)
André da Costa
Enviado por André da Costa em 11/11/2023
Alterado em 11/11/2023
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