Andre Costa
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OLHAR
E porque atrevi desviar da rosa
Meu olhar, ignorando sua graça
Sorvi o gole da taça
Que inebria da paixão impiedosa!

Se na morada dos anjos não hei de encontrar
E minha mão reclama o toque brando da seda
Desvio sem temor da virtuosa vereda
E no pecado, te busco o olhar!

E entre a lascívia e a candura
Nos mistérios das palavras de uma jura
Que tombou o coração de Afrodite...

Fiz de meu peito o crisol
Para que esse ardor, que vence o sol
Em teus braços alastre e crepite!
André da Costa
Enviado por André da Costa em 31/10/2022
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